IA é realidade para escritórios de advocacia e para próxima geração

“A inteligência artificial já é uma realidade e todos os escritórios de advocacia devem estar preparados para a sua utilização”. A frase é de Tito Andrade, managing partner do Machado Meyer Advogados, que apresentou a experiência do escritório com o uso de inteligência artificial, que começou no ano de 2017, muito antes da recente onda de IA inaugurada com o advento público dos LLMs.

Tito Andrade | Machado Meyer Advogados

Tito destacou também a preocupação com a formação dos novos profissionais: “Devemos incentivar o uso de plataformas sem perder de vista o desenvolvimento dos profissionais para que a técnica jurídica, que é base para o julgamento da IA, não seja deixada em segundo plano”, ressaltou.

A análise do managing partner do Machado Meyer foi feita em evento em São Paulo que reuniu, na semana passada, alguns do mais importantes e inovadores escritórios jurídicos do país para debater, longe dos holofotes dos grandes eventos e sem publicidade, um dos temas centrais do setor atualmente: o uso e a disseminação da inteligência artificial nos escritórios de advocacia.

A conversa foi coordenada pelo advogado Ricardo Winter Dornelles e pelo consultor e headhunter jurídico Renato Sapiro, fundador da Sapiro, uma boutique de RH voltada para o mercado jurídico e host do podcast Direito de Resposta. Winter é COO da Lopti, empresa que lançou em maio, no Brasil e Estados Unidos, uma plataforma de soluções para o setor jurídico baseada em IA generativa. Winter tem formação em ciências de dados e programação no MIT, nos EUA.

Ricardo Winter | Lopti

“É muito significativo que vários dos escritórios que são referência no mercado, com equipes de primeira linha, estejam reunidos aqui para tratar de adoção da IA – um tipo de ferramenta do qual não há volta”, disse Sapiro.

Winter trouxe, também, um panorama global de como o assunto está solidificado em outros mercados e quais são as discussões centrais para os próximos anos, especialmente no Brasil: “Nota-se, especialmente no mercado americano, que a discussão do uso da IA em escritórios já ultrapassou a fronteira do ‘é seguro ou nao’. O principal tópico está centrado nos casos de uso, na coleta de KPIs (ganhos de produtividade) e na necessária ancoragem da IA nas bases de conhecimento dos advogados, para diminuir o risco de alucinação e garantir o controle técnico sobre as respostas”, disse Winter.

O mercado jurídico global movimentou aproximadamente US$ 850 bilhões em 2024, com os Estados Unidos liderando com cerca de US$ 430 bilhões. No Brasil, o setor de serviços jurídicos gerou um faturamento de US$ 6,5 bilhões em 2023, representando 29,3% do total da América Latina, segundo a Euromonitor International.

No segmento de tecnologia jurídica (legal tech), o mercado global foi estimado em US$ 26,7 bilhões em 2024, com previsão de crescimento para US$ 46,8 bilhões até 2030, impulsionado pela adoção de soluções baseadas em IA e automação (conforme dados da Grand View Research).

Além do Machado Meyer, estavam no evento Mattos Filho, SiqueiraCastro, TozziniFreire Advogados, Demarest Advogados, Trench Rossi Watanabe, BMA Advogados, Bichara Advogados, Mundie e Advogados, Pessoa & Pessoa Advogados Associados , BZCP, Abe, FM/Derraik, Vernalha Pereira, PK Pinhão e Koiffman Advogados, entre outros.

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